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Nova Holanda: Trinta Anos De Açao Cidada -2-

Lea TIRIBA, Fernanda VENEU

12 / 1994

A COOPMANH fez o papel de empreiteira, contratando oitenta pessoas da comunidade e fornecendo material produzido em uma obra que durou cerca de um ano e meio. Durante todo este tempo, a CEHAB (Companhia Estadual de Habitacao)demorava demais a repassar os recursos para pagar os funcionarios e para manter o capital de giro da cooperativa.

Resultado: os administradores da cooperativa precisaram pedir um emprestimo, e para pagar os juros foi sacrificado todo o capital de giro. O equipamento precisava de reformas, mas nao havia dinheiro. Mais casas na comunidade precisavam ser construidas, nao havia como.

Em meados de 93, a Secretaria Municipal de Obras financiou a construcao de mais casas - aproximadamente cem. No estado do Rio de Janeiro, esta foi a primeira parceria entre comunidade e poder publico municipal. A divida vai ser paga com a producao e o fornecimento de 20 milhoes de blocos de cimento. "Mais parcerias como esta deviam ser realizadas", opina Jose Carlos.

Neste mesmo ano foi criado um comite local da Acao da Cidadania. Ao contrario do que ocorre em muitas comunidades, este movimento chegou para somar forcas que ja estavam articuladas. Na realidade, ele nao esta so em Nova Holanda: foi criado um so comite para todo o Complexo da Mare. Em pouco mais de um ano, varios trabalhos ja foram iniciados. Com recursos do Fundo Inter-Religioso, uma oficina de costura que emprega oito mulheres comecou a funcionar. Ha tambem atividades voltadas para os idosos e projetos de saude em andamento.

Tendo Jose Carlos como um de seus coordenadores, o Comite conseguiu apoio e verba de R$ 3.200 do Comite Rio para reforma dos equipamentos da cooperativa de Nova Holanda. Em contrapartida, quando estiver tudo pronto, a COOPMANH devera repassar 8 mil blocos para a construcao de casas no Complexo da Mare.

Hoje, a cooperativa tem 60 associados que comparecem as reunioes. Emprega, ao todo, dez pessoas na fabrica e na administracao e paga todos os encargos sociais delas.

Segundo Jose Carlos, a ajuda de custo fornecida pelo Comite Rio nao vai ser suficiente para efetuar todas as reformas necessarias. "Mas ja vai dar para comecar", diz ele, manifestando o desejo de que a cooperativa volte a ocupar o lugar e a importância que tinha na vida dos moradores. Animado, pretende fazer um levantamento de todos os associados que ainda contribuem e das setecentas pessoas que ja chegaram a ser socias da cooperativa.

Jose Carlos diz que a Acao da Cidadania ensinou uma nova postura aos moradores de Nova Holanda. "Lutar nos sempre soubemos, mas agora nos aprendemos a ter uma relacao diferente com empresarios e governantes: agora podemos fazer parcerias, podemos falar com eles como cidadaos."

Palavras-chave

cidadania, solidariedade, favela, moradia precária, luta contra a pobreza, organização comunitaria


, Brasil

Notas

Entrevista com Jose Carlos de Souza, coordenador do comite Complexo da Mare. Tel. da COOPMANH: (021)560-1647.

Entrevista com DE SOUZA, Jose Carlos

Fonte

Relato de experiencias ; Entrevista

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