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Exercício Democrático e Prática Educativa

Linete Silva CAVALCANTI

08 / 1996

Estamos vivendo em busca do novo, das novas descobertas, de repensar nossas práticas, revê-las, refazê-las, estudar, questionar e buscar respostas para nossas inúmeras dúvidas. Procurando dentro dos nossos "limites" exercer junto aos nossos alunos/comunidade a prática democrática e educativa, confrontando o conhecimento sistematizado do saber popular com o que há de melhor e mais envolvente neste relacionamento amigo/afetivo entre professores e alunos.

Este exercício democrático que tantas vezes nos deixa atordoados sem saber que rumo deveremos tomar diante do caos que encontra-se a educação no nosso país, onde os números alarmantes de analfabetos ou semi-analfabetos nos deixa atônitos. Diante de tal problemática, às vezes, até nos achamos insignificantes e impotentes. A repetência, a evasão, a má qualidade do ensino público, o descaso dos governantes. E aí o que fazer?

Nossa prática cotidiana está diante de inúmeras dificuldades, diante de tanto descaso, e muitas vezes nos sentimos tão fracos a ponto de desistir. No entanto, nossa consciência não nos deixa e nosso envolvimento com a educação é tamanho que erguemos a cabeça e continuamos firmes nessa luta, remando até mesmo contra a maré, nesta fase árdua, porém, gratificante de educar/educar-se sem importar se estamos ou não contra a maré.

O importante é que nesta luta não estamos sozinhos. Estamos unidos de mãos dadas com nossos alunos que em sua grande maioria, sequer têm emprego, um teto para morar, um salário para "sobreviver". São adolescentes que, muitas vezes, revoltados com sua condição de vida, fazem sua condição de vida, fazem sua opção pela rebeldia, pela violência, pelas "galeras", e pelas drogas, buscando aí uma pseudo-coragem para encarar de frente a vida. É neste prisma que em nosso cotidiano nos deparamos com esta clientela. E, ainda, o que fazer diante da triste realidade de nossas escolas em péssimas condições de funcionamento com nossos alunos pobres e carentes em busca do aprender.

O que fazer com a falta de tudo nas nossas escolas? O que não nos falta, porém, é a garra e o compromisso que assumimos quando optamos por ser educadores.

É preciso, entretanto, tentar frear um pouco nossa ânsia que teima em persistir, no retorno imediato de nossos trabalhos, pois a educação é a busca constante e inesgotável na conquista de um novo amanhã, por uma sociedade mais justa onde dela todos possam efetivamente participar.

Palavras-chave

educação popular, educação, pobreza


, Brasil, Caruaru, Pernambuco

Notas

Linete é professora do Município de Caruaru (Pernambuco)e integrante do Coletivo de Educadores de Jovens e Adultos daquele estado.

Através do insentivo à produção e leitura de fichas de capitalização de experiências pedagógicas, a rede BAM pretende favorecer a um processo de formação continuada junto a coletivos de educadores de jovens e adultos (hoje, existentes nos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco). Está apoiado numa metodologia que valoriza a autoria e promove a interação entre educadores de diferentes contextos.

Fonte

Texto original

SAPÉ (Serviços de Apoio à Pesquisa em Educaçào) - Rua Evaristo da Veiga, 16 SL 1601, CEP 20031-040 Rio de Janeiro/RJ, BRESIL - Tel 19 55 21 220 45 80 - Fax 55 21 220 16 16 - Brasil - sape (@) alternex.com.br

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