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A trajetória das abordagens participativas para o desenvolvimento na prática das ONGs no Brasil

Marcio VIEIRA DE SOUZA, Renan BERNARDES, Vagner VIEIRA

07 / 2008

O texto que segue é baseado em um resumo de um ensaio mais extenso de Jean Marc von der WEID publicado no livro Metodologia Participativa: Uma introdução a 29 instrumentos (ver nota), e segundo o autor, tem o intuito de “mostrar a evolução dos conceitos e da prática das abordagens participativas (…) e cabe qualificar esses conceitos para que seu sentido não se perca em um linguajar “ politicamente correto” que acaba ocultando as políticas verticalistas de sempre.”. “Os técnicos parecem achar, via de regra, que basta aplicar essas técnicas de ranking, transect, diagramas disso ou daquilo para se garantir a participação dos agricultores e suas famílias…”. Deve-se respeitar, via de regra, as culturas locais, “… estimulando-as pela facilitação de processos coletivos de apreensão e geração de conhecimentos.”.

“Apontar as nossas falhas de compreensão não nos desmerece. Ao contrário mostra o itinerário do aprendizado que achamos…” (p.106).A Gênese da problemática da AS-PTA: nos anos 80, com o apoio da igreja católica, os agricultores sem-terra, “lograram seus primeiros resultados positivos. Na maior partes dos casos tratavam-se de ações de resistência de comunidades rurais estabelecidas as margens de terras…”, sem título de propriedade. “As conquistas na luta pela terra, entretanto, foram muitas vezes seguidas, paradoxalmente, pela venda das propriedades.”. O desafio da CPT (Comissão Pastoral da Terra) passou a ser: como melhorar a produção e garantir a sustentabilidade. “A resposta automática naquele momento era a de levar tecnologias modernas para os agricultores pobres…”. Porém, não havia nem recursos disponíveis nem habilitação técnica dos agricultores. Foi a partir desta premissa, que se buscou alternativas técnicas possíveis para a agricultura familiar, criando assim, nos anos 80 o PTA (Projeto Tecnologias Alternativas). “Desde então fomos descobrindo que aquilo que buscávamos tinha uma base cientifica…”. O erro inicial de buscar soluções globais para problemas globais ou de oferecer soluções “para depois buscar quem (público específico) e como oferecer.”. Foi então criada uma estratégia de ação, ”visando aumentar a eficiência do movimento por uma agricultura “alternativa”.”. “Com esse fim introduziu-se a noção de desenvolvimento, local e buscou-se concentrar as ações da Rede PTA em bases e parceiros de maior potencial.”. Também se buscou conhecer a realidade dos pequenos agricultores. (p. 107).“Superou-se assim a prática de projetos baseados nas noções e conhecimentos prévios dos técnicos, para concentrar-se na combinação de conhecimentos de agricultura e técnicos, mas partindo do acúmulo dos primeiros.”. Nessa nova perspectiva é o agricultor, maior interessado, quem da à última palavra (p.108). A participação como conceito-chave de projetos da rede PTA: a grande preocupação nesse momento é tornar ativa a participação dos agricultores nesse estagio do projeto.“A pratica mostrou que colocar representantes dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais no conselho diretor das ONGs não é garantia de deslocamento do poder de decisão para as “bases”, nem de uma real participação das mesmas nos projetos de desenvolvimento”. Ou seja, a participação dos lideres não significa a participação das bases. Estratégias e métodos participativos. “…a AS-PTA optou por buscar a transformação de sistemas tradicionais, agroquímicos ou mistos em sistemas agroecológicos sustentáveis, superando a etapa da difusão pontual de tecnologias agroecológicas que melhoravam, sem transforma-los, os ditos sistemas.”. “Pouco a pouco verificou-se que não só os agricultores podiam suprimir as limitações em número e conhecimento dos técnicos como também podiam realizar boa parte das tarefas melhores que estes últimos ”(p.110).

Palabras claves

ONG, agricultura campesina, ecología, metodología dph


, Brasil

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Num primeiro momento, buscou-se entender a realidade dos agricultores. Para isso necessitou da ajuda do programa inglês RRA (Rapid Rural Appraisal), “…este ajustava a realidade das ONGs, cuja intervenção exigia mais conhecimento qualitativo do que quantitativo, já que centrada mais na transmissão de novas informações do que em investimentos financeiros.”. “A partir de suas próprias experiências, a AS-PTA desenvolveu o que chamou de Diagnóstico Rápido e Participativo de Agrossistemas – DRPA.”. “Embora nem todos os casos tenham correspondido à proposta metodológica ideal, todos eles provocaram radicais modificações na abordagem das ONGs e na eficiência dos projetos de desenvolvimento local.”. A primeira modificação na metodologia aplicada foi: “O ritmo dos diagnósticos passou a ser pautado não pela urgência dos técnicos, mas pela capacidade dos agricultores de dominar cada etapa do processo.”, a segunda: “… foi à noção de aproximações sucessivas para a realidade.”, “… Um aspecto amplo dessa etapa é a priorização dos problemas e uma análise de suas causas.”. “Se necessário – em geral é o caso –, realiza-se um diagnostico especifico sobre um tema considerado prioritário…” Com isso, “o produto final é uma melhor compreensão do problema por todos…”. Sendo que “Uma vez identificadas às soluções potenciais, elas tem de ser submetidas ao teste da prática”. Ao final os agricultores se reúnem fazendo transmitir os resultados entre eles, criando uma “generalização da pratica”. É uma interessante prática de metodologia participativa que mereceu ser registrada e merece ser conhecida para que novas experiências sejam vivenciadas a partir dela.

Notas

WEID, Jean Marc von der. A trajetória das abordagens participativas para o desenvolvimento na prática das ONGs no Brasil. (págs. 103 à 112). In: BROSE, Markus (org.). Metodologia Participativa: Uma introdução a 29 instrumentos. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2001. 312 p.

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