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diálogos, propuestas, historias para uma cidadania mundial

Leitura e compreensão da Realidade

Cláudia de Souza SALDANHA, Ednéa Barbosa NEVES, Verônica Martins FREITAS

09 / 1996

Dos vários trabalhos que realizamos no PEJ, destacamos um por ser o mais recente e por nos ter proporcionado um resultado bastante satisfatório em termos de participação e aprendizagem. foi um trabalho, relativamente, extenso pois exigiu duas ou três semanas para ser concluido. Devido a esse fator, o dividimo em várias etapas e passos..

Para iniciar a atividade partimos do pressuposto de que "aprender a ler e a escrever não significa simplesmente aprender a decifrar as palavras, nem apenas representá-las no papel. Significa também aprender a ver melho o nosso mundo e as palavras que falam dele e que aprender a ler e a escrever pode ser uma forma de compreender melhor a realidade".

Sendo assim, o primeiro passo foi apresentarmos um texto motivador: "Primeira Lição"(Ledo Ivo)

Na escola primária Ivo viu a uva e aprendeu a ler. Ao ficar rapaz Ivo viu a uva e aprendeu o amor. E sendo homem feito Ivo viu o mundo, seus comes e bebes e um dia, num muro, Ivo soletrou a lição da plebe. E aprendeu a ver. Ivo viu a ave? Ivo viu o ovo? Na nova cartilha Ivo viu a greve, Ivo viu o povo.

A partir deste texto foi proposto ao aluno reflexão e discussão coletiva para que chegassem à conclusão de que não basta apenas ler, mas entender, enxergar o mundo que nos rodeia.

Em seguida foi pedido que escrevessem e/ou desenhassem para responder uma pergunta lançada: "O que eu posso ver no mundo além das aparências?"

O segundo passo aconteceu decorrente do primeiro, ou seja, achamos oportuno introduzir a leitura de jornais na turma para darmos continuidade ao fato de que ler é muito importante e de que ter o hábito de ler jornais no dia de hoje também, pois é uma forma de nos mantermos informados, de formarmos nossas opiniões sobre tudo o que acontece. É também uma maneira de conhecermos as opiniões de outras pessoas sobre fatos e notícias.

A turma, então, passou a trazer jornais para a sala de aula e, em grupos, conversou e discutiu sobre vários assuntos até chegar a conclusão de que os jornais, quase sempre, trazem notícias desagradáveis. E por coincidir, justamente, com o dia primeiro de abril (dia da mentira), resolvemos montar um mural com as notícias mais desagradáveis, sendo que, essas notícias seriam reescritas pelos alunos e transformadas em notícias agradáveis.

O terceiro passo do trabalho ainda com o jornal, foi a produção de um texto coletivo mediante uma foto previamente escolhido por eles.

A foto foi colocada em uma folha de papel que foi dobrada em forma de leque com a finalidade de um não ler a frase que o outro escreveu.

Quando o último aluno da turma acabou de escrever, a folha de papel foi aberta e o resultado conferido por todos através da leitura coletiva.

Este pôde ser um material muito rico na análise estrutural do texto, na correção ortográfica das palavras, na necessidade do uso dos sinais de pontuação, etc...

Mais um passo do trabalho ainda pode ser citado aqui": A reestruturação de uma notícia de jornal.

Para esta atividade, foi necessário o professor resumir uma notícia e escrever cada frase ou período em tiras soltas para que, em grupos, os alunos descobrissem a seqüncia correta dos fatos. Depois de terem estruturado o texto, eles tiveram que ler, entender, discutir e escolher, em outras, a fotografia que correspondesse aquela notícia. Este foi mais um trabalho que exigiu interpretação da leitura.

E, sempre para valorizar o trabalho dos alunos, são feitas exposições e murais para que todos tenham oportunidade de apreciar.

Palavras-chave

educação popular, educação


, Brasil, Rio de Janeiro

dossiê

Estimular o registro e a sistematização de experiências pedagógicas

Notas

As autoras são professoras do CIEP (Centro Integrado de Educação Pública)Thomas Jefferson, no Rio de Janeiro e são integrantes do Coletivo de educadores nesse estado.

Através do insentivo à produção e leitura de fichas de capitalização de experiências pedagógicas, a rede BAM pretende favorecer a um processo de formação continuada junto a coletivos de educadores de jovens e adultos (hoje, existentes nos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco). Está apoiado numa metodologia que valoriza a autoria e promove a interação entre educadores de diferentes contextos.

Fonte

Texto original

SAPÉ (Serviços de Apoio à Pesquisa em Educaçào) - Rua Evaristo da Veiga, 16 SL 1601, CEP 20031-040 Rio de Janeiro/RJ, BRESIL - Tel 19 55 21 220 45 80 - Fax 55 21 220 16 16 - Brasil - sape (@) alternex.com.br

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